Anvisa autoriza uso do Mounjaro para controle de obesidade
O uso é válido para a fornecedora Eli Lilly and Company e para o tratamento de sobrepeso na presença de pelo menos uma comorbidade associada ao peso (hipertensão, colesterol alto ou pré-diabetes) e obesidade a partir desta segunda-feira, 9
O medicamento Mounjaro, utilizado originalmente para tratamento de diabetes do tipo 2, foi aprovado de forma oficial no Brasil para combater a obesidade, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A medida foi publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 9.
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No entanto, o uso da chamada "caneta emagrecedora" é válido somente para a fornecedora Eli Lilly and Company e para o tratamento de sobrepeso na presença de pelo menos uma comorbidade associada ao peso (hipertensão, colesterol alto ou pré-diabetes) e obesidade. O princípio ativo chamado tirzepatida reduz a ingestão de calorias, influencia na fome e no apetite.
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Até então, a substância era utilizada ilegalmente para perda de peso de maneira indiscriminada e alvo de operações das Polícias. O tratamento emagrecedor era considerado "off-label", porque a propriedade não constava na bula, daí a busca ilegal, fora do autorizado pela Anvisa.
A Monjauro é concorrente da caneta Ozempic (semaglutida). A indicação terapêutica anterior liberada no País era unicamente para auxiliar no quadro diabético de pacientes. A Eli Lilly havia enviado o pedido para Anvisa.
Segundo a farmacêutica, o medicamento é o único aprovado no Brasil e no mundo capaz de atuar nos receptores de dois hormônios incretínicos, o GIP (polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e o GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon) 2.
Além da indicação para diabetes, o Mounjaro é uma opção para o tratamento do controle crônico do peso, em complemento a atividade física e dieta de baixa caloria, em pacientes adultos com índice de massa corpórea (IMC) maior ou igual a 30 (obesidade), ou maior ou igual a 27 (sobrepeso).
Quanto custa o Mounjaro no Brasil
O Mounjaro está sendo comercializado no Brasil desde maio de 2025, estando disponível no mercado nacional nas concentrações de 2,5 mg e 5 mg.
O emagrecedor integra o programa "Lilly Melhor Para Você" pelo preço máximo de R$ 1.406,75 (2,5 mg) e R$ 1.759,64 (5 mg) no e-commerce e R$ 1.506,76 (2,5 mg) e R$ 1.859,65 (5 mg) nas lojas físicas.
Já as compras realizadas fora do programa terão os investimentos de R$ 1.907,29 (2,5 mg) e R$ 2.384,34 (5 mg), considerando a alíquota de 18% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
O medicamento é disponibilizado em caneta autoinjetora de dose única, em embalagens contendo quatro canetas, equivalente a um mês de tratamento. O dispositivo foi desenvolvido para oferecer comodidade de istração e acompanha uma agulha pré-fixada e oculta que os pacientes não precisam manusear.
Em quatro etapas de istração — destampar, posicionar, destravar e pressionar/segurar — os pacientes podem fazer a autoaplicação por um botão e depois confirmar que a dose foi istrada. Após o uso, deve ser descartado no recipiente de perfurocortante.
Pensando em reduzir o impacto ambiental, a Lilly do Brasil adotou o selo "Eureciclo" para a produção. Por definição, é uma certificação reconhecida nacionalmente que representa o compromisso da empresa com compensação ambiental dos resíduos gerados pelas embalagens.
40 milhões de pessoas convivem com a obesidade no Brasil
De acordo com a fornecedora, a obesidade é uma doença crônica que impacta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo, sendo 40 milhões no Brasil, ou um em cada quatro adultos.
"A obesidade possui mais de 200 complicações associadas, incluindo um aumento no risco de diabetes tipo 2 em 243%; doenças cardíacas coronarianas em 69%; e hipertensão em 113%. Se o cenário atual já é grave, imaginemos o impacto em 20 anos, quando segundo projeção da WOF (World Obesity Federation), 75% dos adultos brasileiros poderão ter obesidade ou sobrepeso", afirma Luiz Magno, diretor sênior da área médica da Lilly.